José H. Perea Pascual (O Peruano)

José Higino Perea Pascual, nascido em Lima, no Peru, em 12 de janeiro de 1939, filho de mãe Inca e pai norte-americano, passou a infância em Cusco, antiga capital do Império Inca, localizada a sudoeste do Vale Sagrado dos Incas, na Cordilheira dos Andes. Foi lá que o jovem descobriu sua vocação para as artes. Ele teve seu início artístico dedicado ao artesanato, explorando habilidades em materiais como cobre, madeira e couro. Sua jornada artística foi marcada por uma busca incessante pelo aprimoramento, levando a estudar diversas áreas artísticas, incluindo desenho, pintura, escultura, tapeçaria e pirogravura até os 14 anos. Com o apoio da mãe, amigos e professores, Perea iniciou sua carreira profissional numa importante indústria de móveis em Lima, no Perú. Perea não apenas dominou técnicas variadas, mas também mergulhou em experiências que moldaram sua visão única no universo das artes. E foi em Milão, que sua paixão pelo design de móveis foi notavelmente intensificada, onde teve a oportunidade de aperfeiçoar-se nesta área, em um centro mundialmente renomado pela excelência no design.

A vivência em Milão não apenas enriqueceu seu repertório técnico, mas também o expôs a influências culturais e estéticas que deixariam uma marca indelével em seu trabalho. As suas viagens à Europa e aos Estados Unidos constituíram capítulos fundamentais em sua jornada artística. Para Perea, o impacto do choque cultural desencadeado pelo contato com as escolas clássicas europeias, conhecidas por sua abordagem mais conservadora, foi um ponto crucial em sua trajetória artística. Esse encontro entre tradições distintas não apenas desafiou suas percepções, mas também revelou-se como um catalisador fundamental para aflorar seus estilos únicos, intrinsecamente ligados às formas livres e expressivas da arte cusquenha.

José H. Perea Pascual emergiu como um dos destacados artistas plásticos latino-americanos, sendo celebrado e premiado internacionalmente por sua notável carreira que transcendeu fronteiras, sendo reconhecida em diversos países. Com exposições realizadas em prestigiados espaços artísticos do Japão aos Estados Unidos, da Itália ao Canadá, do México à Suécia, e da Alemanha à Argentina, Perea consolidou sua presença nos palcos artísticos internacionais. Suas obras também reverberaram em locais tão diversos quanto a África do Sul e a Holanda, demonstrando a universalidade e apelo transcontinental de sua expressão artística.

Seus quadros, notáveis por evocarem principalmente os Andes Chilenos e sua população, estão dispersos pelas mais renomadas galerias, coleções e museus do mundo. Suas obras adornam locais prestigiados, como o Palácio Real da Holanda, o Palácio Municipal de Milão, o Museu de Artes de Estocolmo e a Prefeitura de Hishinomiya, no Japão. Além disso, o Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, exibe com orgulho as criações deste artista. Mais de 100 de suas obras encontram-se no Vaticano, resultado de uma encomenda especial feita pelo Papa Francisco, demonstrando o alcance global e a reverência que sua arte conquistou. A presença de suas peças em coleções particulares estende-se além de instituições públicas e inclui empresas e pessoas físicas. Empresas como Novonor (antiga Odebrecht) têm a honra de possuir obras de Pascual em suas instalações, enquanto colecionadores particulares renomados, como o arquiteto Aldo Barbiere, Breno Caldas, Família Marinho e José Eduardo Guinle, apreciam e valorizam a singularidade de sua expressão artística. A lista de admiradores inclui até mesmo figuras proeminentes da política, como o ex-presidente Ernesto Geisel, destacando a influência e o impacto das obras de Pascual em diferentes esferas da sociedade.

Sua vinda ao Brasil ocorreu após casar-se com uma gaúcha que conheceu na Alemanha Ocidental. Residiram em diversos países, como Itália, Peru, Angola, Estados Unidos, Inglaterra, Japão, até estabelecerem-se no Brasil, passando pelo Rio de Janeiro, São Paulo e finalmente no Rio Grande do Sul, na cidade de Dois Irmãos. O Brasil, onde o artista residiu por muitos anos, tornou-se um ponto central em sua jornada criativa, proporcionando uma contribuição singular à cena artística brasileira. Perea foi morador da pequena cidade de Dois Irmãos na Serra Gaúcha por mais de 50 anos. José Higino Perea Pascual, carinhosamente conhecido como “Peruano” no meio artístico, nos deixou em 14 de julho de 2019, aos 80 anos, deixando um precioso legado de obras que ecoam em galerias de arte ao redor do mundo. Conquistou renomados prêmios com suas pinturas, que evocavam a vida singela nos Andes e retratavam de forma ímpar a vibrante população de Cusco. Suas obras continuam a narrar histórias e encantar aqueles que têm a oportunidades de contemplar sua arte atemporal.